“Quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística — de poeta, escritor, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator... —, adverte ao mesmo tempo a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de o desenvolver para colocá-lo ao serviço do próximo e de toda a humanidade” (Beato João Paulo II, Carta aos Artistas).
Amado(a) irmão(ã), vamos tratar aqui da preciosidade que é compor uma canção e utilizá-la na igreja em favor da evangelização e, de início, podemos refletir sobre a fonte das músicas que temos na nossa igreja.
Todas as canções que ouvimos na igreja foram feitas por alguém. Alguém que teve um impulso do Espírito Santo que soprou uma inspiração seja para letra e/ou melodia. E essas pessoas disseram sim e foram construindo a canção. Certamente mostraram a um amigo ou conhecido que deu muito valor e então a canção foi se espalhando como vento sobre a terra. Semeando corações. Acalmando almas. Direcionando os amados de Deus para Ele.
Uma vez me perguntei: seria eu capaz também de fazer uma canção? Pedi a Deus. Fiz a primeira: uma melodia para uma oração que foi publicada no Jornal Voz de Nazaré há muitos anos e com ela fui fazendo minhas orações. Gostei da experiência e então Deus despertou em mim essa vocação artística para compor. Viu um terreno fértil e foi lançando sementes e os frutos foram aparecendo, e já posso dizer que estão em 100 por 1. Se eu consegui então você também pode! Se não tens o talento, ‘‘peça a Deus, com alegria Ele dá!’’ – como diz o Dunga numa de suas centenas de músicas.
“Nesta perspectiva, faço-vos um apelo a vós (...) de modo especial a vós, artistas cristãos: a cada um queria recordar que a aliança que sempre vigorou entre Evangelho e arte, independentemente das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela intuição criativa, no mistério de Deus encarnado e contemporaneamente no mistério do homem” (Beato João Paulo II, idem).
A música católica hoje em dia tomou uma dimensão enorme. Temos gravadoras católicas que a cada dia lançam novos artistas (ministérios, bandas e cantores solos). São pessoas que toparam o desafio de colocar para o mundo aquilo que ecoa dentro de duas almas. Além desses que estão na mídia, existem milhões escondidos que fazem, na maioria das vezes, as canções mais simples e belas e que caem de vez na boca do povo e nunca se sabe quem fez. Nisso, recordemos então da Palavra que diz: ‘‘O vento sopra aonde quer, você ouve o ruído, mas não sabe de onde vem, nem pra onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito’’.
Não tens o dom? Tens certeza disso? Fazes uma experiência. Pedes que o Espírito Santo te faça renascer e acredite que Ele fará por você coisas tão extraordinárias que nem imaginas que podes.
Não desista só em pensar nas tuas limitações. Não queira saber como é ou qual é a receita para fazer uma música. Não tem receita. Quem tem Deus habitando e cantando dentro de si, já tem tudo o que precisa. É só colocar para fora. Acredite em você, meu irmão, minha irmã. Quero um dia ouvir seu testemunho dizendo como foi essa experiência. Se você fizer uma canção e quiser partilhar com alguém, pode me procurar e vamos juntos conhecer essa bela obra de Deus! Já dou glórias a Ele pelas maravilhosas canções que Ele fará através de você!
Termino aqui com o refrão de uma canção que fiz, chamada Profecia, que tem o objetivo de não fazer você desistir jamais:
‘‘Existe um mundo que vai acolher a sua voz. Existe uma terra que vai acolher sua semente. Existe um homem de coração duro que ao te ouvir vai se abrir a ação do Senhor. / Existe um jovem que vai desistir de se matar. Existe um menino que vai aprender sua canção. Existe no peito um coração vivo que pulsa ao sentir fortemente a ação do Senhor’’.
Um grande abraço,
E o Deus da paz esteja com todos vós. Amém. (Rom 15, 33).
Ângela Silva
angelpublicitaria@hotmail.com
Quero partilhar com vocês essa história.
ResponderExcluirCantando para Deus.
Em um reino muito antigo, o rei tinha um cantor. Certo dia o rei disse ao seu cantor: - Você canta muito bem. Já fui em muitos reinos e não vi um cantor que se igualasse a você.
O cantor agradeceu ao rei o elogio e em seguida disse: - Apesar de seus elogios, devo confessar que meu mestre canta muito melhor do que eu.
O rei ficou logo curioso e pediu ao cantor que o levasse ao seu mestre, no que o cantor se recusou dizendo ao rei que o seu mestre era um ermitão, que tinha abandonado o contato com o mundo exterior e com certeza ele não cantaria somente para satisfazer a vontade do rei. Após muita insistência por parte do rei, o cantor concordou em levar o rei ao local onde vivia o seu mestre mas já foi logo advertindo o rei: - É muito pouco provável que o mestre cante para o senhor, meu rei.
O rei não se importou com a advertência e os dois iniciaram a viagem.
Chegando à montanha onde vivia o mestre, logo o encontraram e o rei pediu para que ele cantasse pois o seu discípulo, que cantava muito bem, havia dito que o seu mestre cantava ainda melhor.
Como era de se esperar, o mestre se recusou a cantar para o rei.
Porém o rei não desistiu e decidiu que não sairia daquele lugar sem ouvir o mestre cantar.
Depois de muito tempo, o mestre, sentindo vontade, começou a cantar. O rei ficou maravilhado com aquilo. O mestre realmente cantava muito melhor do que o seu cantor. Satisfeito, o rei foi embora de volta para seu reino.
Passado bastante tempo, o rei virou-se ao seu cantor e comentou sobre o fato e, descobrindo que o cantor sabia cantar aquela melodia que ele tinha ouvido o mestre cantar, pediu para que ele cantasse.
O cantor satisfez o desejo de seu rei mas ao final, o rei comentou:
- É bela essa melodia e é a mesma que ouvi naquele dia mas mesmo assim, quando cantada pelo seu mestre, parecia muito mais bela.
- É que eu estou cantando para o senhor, meu rei e meu mestre cantava para Deus...
(Maktub)
Esse texto fala por si só, reflitamos a respeito de nossa missão.
Paz e Bem!
Mara Rúbia