domingo, 8 de maio de 2011

MARIA: OBEDIÊNCIA E DOCILIDADE QUE NOS CONDUZ À VIDA

Neste terceiro domingo de páscoa e segundo do mês de maio, celebraremos, além dos mistérios da glória de Nosso Senhor, o dia das mães. Aquelas mulheres com quem Deus, o criador por excelência, partilhou o dom da criação.   

            Nessa perspectiva, não podemos deixar de pensar naquela que é a mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria a quem amamos e reverenciamos. Nossa mãe de muitos nomes: Aparecida, das Graças, de Fátima, Rainha da Paz, Mãe das Dores... Maria, menina ainda, quando disse SIM ao anjo, não pensou nas dores que teria de suportar, nem no que diriam a seu respeito. Mas, numa atitude madura e responsável disse SIM à sua vocação: “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (IS. 7.14). Ora, Maria fora escolhida entre as jovens de Israel não só por ser uma virgem, mas porque era uma serva fiel aos ensinamentos de Deus, uma jovem santa de Deus. Quando o anjo a encontrara no silêncio de sua casa, reflexo de seu coração, ela se assustou, pois, na sua humildade, nunca poderia pensar em ser escolhida pelo Altíssimo. Acolhe assim, por vontade divina, a palavra do mensageiro, silenciosamente, sem dizer, nem sequer ao noivo José, o que nela se realizava. Deus tem o direito de escolher e por isso Ela diz apenas o generoso “sim” que a tornou Mãe de Deus.

            Celebrar as mães é celebrar a vida, é celebrar sua presença amorosa no lar, presença que acolhe, cuida, educa e ajuda a crescer, afinal, não basta gerar, tem que educar. E Maria nos educa e ensina a obediência e confiança em Deus desde o momento da anunciação, ao responder ao anjo: “Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra” (Lc 1:38); ou ainda, quando em Caná ordena: "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo.2,5), nos mostra, como mãe cuidadosa, a quem devemos seguir e buscar orientação. Mas, tudo isso, Maria nos ensina com exemplos de humildade. 

             O SIM de Maria foi revelador do projeto salvífico de Deus para a humanidade. Pois, “assim como Eva foi seduzida pela conversa de um anjo e afastou-se de Deus, desobedecendo à sua palavra, Maria recebeu a boa-nova pela anunciação de outro anjo e mereceu trazer Deus em seu seio, obedecendo à sua palavra. Uma deixou-se seduzir de modo a desobedecer a Deus, a outra se deixou persuadir a obedecer-lhe. Deste modo, a Virgem Maria tornou-se advogada da virgem Eva” (Comunidade Shalom). Dessa forma, a desobediência cometida no paraíso foi desfeita pelo SIM da Virgem Maria.
           
            Se Eva nos negou a maternidade segundo Deus havia pensado, Maria vem nos restituir esta graça e vemos isso quando entoamos a Proclamação da Páscoa: “A cera virgem da abelha generosa/ ao Cristo ressurgindo trouxe a luz/Eis de novo a coluna luminosa/ que o vosso povo pra o céu conduz”. É Maria a cera virgem que Deus escolheu para trazer ao mundo a Luz que é o Cristo, aquele que veio para abrir as portas do céu, outrora fechado pela desobediência de nossos primeiros pais. Nisto, vemos também o amor de Deus ao cantarmos na mesma Proclamação: “ó pecado de Adão, indispensável, pois o Cristo o dissolve em seu amor, ó culpa tão feliz que há merecido/ a graça de um tão grande Redentor”. O pecado de Adão tornou-se indispensável para que Deus, que é amor, pudesse revelar mais uma vez, seu amor pela Criação. E os mistérios da redenção começaram pelo SIM de Maria.

Maria é agora a nova Arca da Aliança (dentro da Arca era depositada a LEI), que vai trazer dentro de si a Lei definitiva de Deus, seu próprio Filho, Jesus. Por isso, reconhecemos que foi Ela quem primeiro comungou, primeiro recebeu Jesus no coração; a que primeiro anunciou. Ela é capela do santíssimo, sacrário do amor, cujo corpo é um templo escondido e o coração é um altar. Aquela que foi “escolhida para as alegrias do Espírito, considerada digna de entrar no santuário onde refulge toda a glória digna de ultrapassar o véu que nos revela o Santo dos santos”. E a quem eu diria: Maria, diante de ti, oh, eu baixaria os olhos!...Ouvirei muito em breve esta doce harmonia / muito em breve, no céu, ó Maria, irei ver-te! / Tu que vieste sorrir-me na manhã da vida / Vem sorrir-me de novo, ó mãezinha, chegou a tarde! / Não mais receio o brilho de tua excelsa glória / Contigo é que sofri... e só desejo agora cantar sobre teus joelhos / Virgem, porque te amo, é dizer para sempre que sou tua filhinha!”(Ir. Kelly Patrícia)


“Maria é a Figura, o modelo da docilidade e da obediência. Aquilo que Eva fechou pela sua desobediência, Maria abriu pela sua humildade e pelo seu Sim. Ela ajuda a preparar o nosso coração como a manjedoura e fazê-lo morada digna de seu Filho Jesus. Vamos com Maria a caminho de Belém acolher o menino Deus que vem nos salvar.”
Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo
(Lib. 5,19,1:20,2;21,1:SCh 153,248-250,260-264) (Séc.II)




Por Dora Adriana Cunha 





2 comentários:

  1. No sentido ideal daquilo que se diz a respeito de Nossa Mãe Maria Santissíma, Maria é aquela que ama incondicionalmente, que se relaciona intensamente com o Divino em toda sua plenitude, longe de ter qualquer espécie de interesse.

    Maria achou graça diante do Senhor, não se consegue chegar a essa experiência como e quando se queira, não se programa, achar graça diante de Deus.

    "O coração humano anseia sempre pela experiência do mais perfeito dos amores." E, Maria conseguiu gerar o mais perfeito amor, mesmo pequena, sem muito entender da maternidade, apenas acreditou e ela gerou nosso SALVADOR. Como descobrir se ela já chegou a essa graça sem experimentar a sensação da perda e da limitação? Maria não só se tornou agraciada, mas “prisioneira” do mais belo amor, do doce Jesus.

    Tornemo-nos como ela prisioneiros do mais belo amor e cantemos juntos:

    “A tua disposição vem nos ensinar / Que é preciso dizer sim a Deus, saber amar. / Como tu, Maria, eu também quero estar disponível, quero te imitar...”( Comunidade Shalom)

    Mara Rúbia

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  2. No sentido ideal daquilo que se diz a respeito de Nossa Mãe Maria Santissíma, Maria é aquela que ama incondicionalmente, que se relaciona intensamente com o Divino em toda sua plenitude, longe de ter qualquer espécie de interesse.

    Maria achou graça diante do Senhor, não se consegue chegar a essa experiência como e quando se queira, não se programa, achar graça diante de Deus.

    "O coração humano anseia sempre pela experiência do mais perfeito dos amores." E, Maria conseguiu gerar o mais perfeito amor, mesmo pequena, sem muito entender da maternidade, apenas acreditou e ela gerou nosso SALVADOR. Como descobrir se ela já chegou a essa graça sem experimentar a sensação da perda e da limitação? Maria não só se tornou agraciada, mas “prisioneira” do mais belo amor, do doce Jesus.

    Tornemo-nos como ela prisioneiros do mais belo amor e cantemos juntos:

    “A tua disposição vem nos ensinar / Que é preciso dizer sim a Deus, saber amar. / Como tu, Maria, eu também quero estar disponível, quero te imitar...”( Comunidade Shalom)

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