domingo, 4 de dezembro de 2011

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS: Momento de fé do povo icoaraciense.

          No dia 27 de novembro vivemos um grande momento de fé em nossa Paróquia: o Círio de Nossa Senhora das Graças. Neste dia, juntamos nossas vozes as de milhares de pessoas que foram às ruas de Icoaraci e, ao som dos instrumentos musicais, entoamos louvores a Mãe do Verbo de Deus e Mãe na Fé.

          Vídeo com a música Imaculada, Maria de Deus...


          E viva Nossa Senhora das Graaaaaaaaças!
         Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

                 Veja outros vídeos na página Vídeos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

HOMILIA DO PAPA NA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA

Queridos irmãos e irmãs,

Reencontramo-nos reunidos, mais uma vez, para celebrar uma das mais antigas e amadas festas dedicadas à Maria Santíssima: a festa da assunção para a glória do Céu em alma e corpo, isto é, em todo o seu ser humano, na integridade da sua pessoa. Nos é dada, assim, a graça de renovar o nosso amor à Maria, graça de admirá-la e de louva-la pelas grande coisas que o Onipotente fez para ela e o que operou nela.
Ao contemplar a Virgem Maria nos é dada uma outra graça: aquela de poder ver em profundidade também a nossa vida. Sim, porque também a nossa existência cotidiana, com seus problemas e sua esperança, recebe a luz da Mãe de Deus, do seu percurso espiritual, do seu destino de glória: um caminho e uma meta que podem e devem se tornar, de qualquer modo, o nosso mesmo caminho e a nossa mesma meta.
Deixando-nos guiar pelas passagens da Sagrada Escritura que a liturgia de hoje nos propõe, gostaria de me concentrar, em particular, numa imagem que encontramos na primeira leitura, tirada do Apocalipse, e que ecoa no Evangelho de Lucas: isto é, aquela da arca.
Na primeira leitura, escutamos: “Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento” (Ap 11,19).
Qual o significado da arca? O nos que parece? Para o Antigo Testamento, esse é o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Mas, agora, o símbolo deu lugar a realidade. Assim, o Novo Testamento nos diz que a verdadeira arca da aliança é uma pessoa vida e concreta: é a Virgem Maria.
Deus não vive num objeto, Deus habita numa pessoa, num coração: Maria, naquela que carregou em seu colo o Filho eterno de Deus feito homem, Jesus nosso Senhor e Salvador.

Na arca – como sabemos – eram conservadas as duas tábuas da Lei de Moisés que manifestavam a vontade de Deus para manter a aliança com o seu povo, indicando as condições para ser fiel ao pacto de Deus, para conformar-se a vontade de Deus e assim também a nossa verdade profunda.
Maria é a arca da aliança, porque acolheu em si Jesus; colheu em si a Palavra vivente, todo o conteúdo da vontade de Deus, da verdade de Deus; acolheu em si Aquele que é a nova e eterna aliança, culminando com a oferta do seu corpo e do seu sangue: corpo e sangue recebidos de Maria.
Há razão, portando, a piedade cristã, nas ladainhas em honra a Nossa Senhora, que se voltam a ela invocando como Foederis Arca,ou seja, “arca da aliança”, arca da presença de Deus, arca da aliança do amor que Deus desejou realizar em nodo definitivo com toda a humanidade em Cristo.
A passagem do Apocalipse quer indicar um outro aspecto importante da realidade de Maria. Ela, arca vivente da aliança, tem um destino de glória extraordinária, porque é assim estreitamente unida ao Filho, que acolheu na fé e gerou na carne, capaz de compartilhar integralmente a glória do céu.
É o que nos sugere as palavras escutadas: “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida... atormentada para dar à luz. Ela deu à luz um filho, um varão, que Irá reger todas as nações...” (Ap 12,1-2; 5).
A grandeza de Maria, Mãe de Deus, cheia de graça, plenamente dócil a ação do Espírito Santo, vive já no Céu de Deus com todo o seu ser, alma e corpo.
São João Damasceno referindo-se a este mistério, numa famosa homilia, afirma: “Hoje, a santa e única Virgem é conduzida ao templo celeste... Hoje, a arca sagrada e animada pelo Deus vivente, a arca que trouxe no ventre o próprio construtor, repousa no templo do Senhor, não construído pela mão do homem”.(Homilia sobre a Dorminação, 2, p. 96, 723).
E continua: “Era preciso que ela, que hospedou no seu colo, o Logos divino, transferi-se para as tendas do seu Filho... era preciso que a esposa que o Pai escolheu, habita-se no quarto nupcial do Céu” (ibid., 14, p.96, 742).
Hoje, a Igreja canta o amor imenso de Deus por esta sua criatura: a escolhida como verdadeira “arca da aliança”, como aquela que continua a gerar e a doar Cristo Salvador à humanidade, como aquela que no céu divide a plenitude da glória e goza da mesma felicidade de Deus e, ao mesmo tempo, convida-nos também a tornar-nos, em nosso modo modesto, “arca” na qual é presente a Palavra de Deus, que é transformada e vivificada por sua presença, lugar da presença de Deus, para que os homens possam encontrar no outro a proximidade de Deus e, assim, viver em comunhão com Deus e conhecer a realidade do Céu.
O Evangelho de Lucas que escutamos hoje (cfr Lc 1,39-56), nos mostra esta arca vivente, que é Maria, em movimento: deixando sua casa em Nazaré, Maria se coloca em viagem em direção às montanhas, para chegar logo à cidade de Judá, e ir à casa de Zacarias e Isabel.
Parece-me importante destacar a expressão “logo”: as coisas de Deus merecem rapidez, na verdade, as únicas coisas no mundo que merecem rapidez são justamente aquelas de Deus, que têm uma verdadeira urgência para nossa vida.
Então, Maria, entra nesta casa da Zacarias e Isabel, mas não entra sozinha. Entra carregando em seu ventre o Filho, que é Deus próprio feito homem. Certamente, tinha alguém a sua espera e a espera de sua ajuda; naquela casa, e o evangelista nos guia a compreender que esta expectativa leva a outra, mais profunda.
Zacarias, Isabel e o pequeno João Batista são, de fato, o símbolo de todos os justos de Israel, no qual os corações, ricos de esperança, atendem a vinda do Messias salvador. E é o Espírito Santo que abre os olhos de Isabel e a faz reconhecer em Maria a verdadeira arca da aliança, a Mãe de Deus, que vem para visitá-la.
E assim, a velha parente a acolhe dizendo “em bom tom”: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? (Lc 1,42-43).
E é o Espírito Santo que, diante daquela que o Deus feito homem, abre o coração de João Batista no ventre de Isabel. Isabel exclama: “Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre” (v. 44).
Aqui o evangelista Lucas usa o termo "skirtan", isto é “saltar”, o mesmo termo que encontramos em uma das antigas traduções gregas do Antigo Testamento para descrever a dança do Rei Davi diante da santa arca que voltou finalmente para pátria (2Sam 6,16).
João Batista, no seio da mãe, dança diante da arca da Aliança, como Davi, e reconhecesse assim Maria, a nova arca da aliança, diante da qual o coração exulta de alegria, a Mãe de Deus presente no mundo, que não tem para si a divina presença, mas a oferece, dividindo a graça de Deus. E assim – como diz na oração – Maria realmente é “causa nostrae laetitiae”, a arca na qual realmente o Salvador está presente entre nós”.
Queridos irmãos! Estamos falando de Maria, mas, num certo modo, estamos falando também de nós, de cada um de nós: também nós somos destinados desse imenso amor que Deus reservou – certo, numa maneira absolutamente única e irrepetível – a Maria.

Nesta Solenidade da Assunção olhamos para Maria: ela nos abre a esperança, a um futuro pleno de alegria e nos ensina o caminho para alcançá-Lo: acolher na fé o seu Filho; não perder jamais a amizade com Ele, mas deixar-nos iluminar e guiar pela Sua Palavra; segui-Lo cada dia, também nos momentos no qual sentimos que as nossas cruzes se tornam pesadas. Maria, a arca da aliança que está no santuário do Céu, nos indica com luminosa clareza que estamos no caminho em direção a nossa verdadeira Casa, a comunhão da glória e da paz com Deus. Amém!
Disponível em: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=283077

sábado, 30 de julho de 2011

COMO CRER EM NOSSA SENHORA?

O padre responde: Monsenhor Raimundo Possidônio


Um dia desses eu ouvi de um padre que temos que ter fé em Nossa Senhora. Eu fiquei em dúvida, porque sempre aprendi que a fé é somente em Deus. Para com os santos devemos ter veneração. O que é certo? (Cleonisa Cardoso, Jaderlândia, Ananindeua)


Cleonisa, caríssima, muito boa pergunta, mas não tão fácil de responder porque muitas pessoas usam essa expressão, às vezes até com certa convicção. Mas, creio ser mais uma força de expressão, como dizemos, do que propriamente um ato de fé.
Para sabermos em que ou em quem devemos crer basta o Credo da Igreja Católica - na missa dizemos: Profissão ou Confissão de fé: aqueles são os artigos da fé. Nisso nós cremos e ponto. Não se pode tirar nem acrescentar. As profissões de fé que temos são os símbolos apostólicos e o nicenoconstantinopolitano (menos conhecido, mas o mais completo). Veja o que diz o CIC (176): "A fé é uma adesão pessoal do homem inteiro a Deus que se revela. Ela inclui uma adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de si mesmo por suas ações e palavras... (178). Não devemos crer em ninguém a não ser Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Diz o CIC (148-149) sobre Maria e a fé: "A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel acreditando "que nada é impossível a Deus" (Lc 1,37)... Ela é bem-aventurada porque acreditou - teve fé em Deus, nas suas Palavras... sua fé não vacilou porque não deixou de crer no cumprimento da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé". O que isso significa? Que ninguém mais do que Maria viveu plenamente a fé em Deus. Por isso ela não pode ser objeto de fé, mas sim modelo de fé para todos nós que também cremos naquilo que ela acreditou. Quem sabe ao dizer que tem fé em Maria, as pessoas não queiram dizer que acreditam na sua intercessão junto do Pai por todos nós!? Mas o ideal seria não dizer mesmo: nem eu, nem você, nem o padre, nem aparecer em temas de festividades...

Envie sua pergunta ao monsenhor Raimundo Possidônio para voz@fundacaonazare.com.br ou para a Fundação Nazaré de Comunicação, na av. Gov. José Malcher, 915, ed. Paulo VI, bairro Nazaré, CEP 66055-260. 

Fonte: O padre responde, disponível em: http://www.fundacaonazare.com.br/voz/ler.php?id=5184&edicao=530

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A ALEGRIA DE SERMOS IGREJA QUE ADORA...


Foi como Igreja que adora, louva, ama, espera, abraça, salmodia, suplica... se alegra, que nos reunimos no dia 23 de junho no Mangueirão, na Celebração de Corpus Christi.


Desde o princípio/ Antes mesmo que a terra começasse a existir/ O Verbo estava junto a Deus/ Veio ao mundo/ E pra não abandonar-nos nesta viagem nos deixou/ Todo a si mesmo como pão./
Verbum caro factum est/ Verbum panis factum est./
E aqui partes o teu pão em meio a nós/ Todo aquele que comer não terá mais fome/ E aqui vive tua Igreja em torno a ti/ Onde se encontrará a morada eterna/
...Rico em misericórdia Deus mandou o Filho seu/ Todo a si mesmo como pão./”
(Verbum Panis, de Balduzzi, com versão do Pe Wagner Ferreira, Formador Geral da Comunidade Canção Nova)

Nos alegramos pela graça de nos reunirmos como Igreja em torno ao nosso Jesus Eucarístico, que pela misericórdia de Deus Pai, se faz Pão do Céu a saciar nossa fome, onde convencidos e tomados pelo Espírito de Amor, explodimos em fé, orantes na Palavra, proclamando e fazendo de Belém a Casa do Pão.
Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (Jo 6, 51, 54-56 / BÍBLIA AVE-MARIA)
            Sim, cremos em Jesus Cristo, Vivo, presente na Eucaristia, graça e milagre que se faz real todos os dias em nossa Igreja Católica; que nos torna herdeiros do Céu enquanto aqui caminhamos crendo, adorando, esperando e amando pelos que não crêem, adoram, esperam e amam.
       Cremos, Senhor! Mais aumentai a nossa fé!

sexta-feira, 10 de junho de 2011


Belém, Casa do Pão, Altar do Senhor
Em adoração eu estarei
E me prostrarei diante do Amado Rei
Hóstia Viva que eu amo!
Por aqueles que não amam (Amarei)
Por aqueles que não adoram (Adorarei)
Por aqueles que não esperam (Esperarei)
(Da música Casa do Pão - Dirceu Duarte)


A FESTA DE CORPUS CHRISTI

Jesus Cristo, bondade infinita de Deus, sabendo que era chegado o momento de retornar ao seio do Pai, ofereceu à humanidade o melhor dos presentes: A Santa Eucaristia. Pão e vinho tornados Corpo e Sangue do Redentor, daquele que multiplicou os pães para alimentar o povo sedento da Boa Nova; daquele cujo Sangue Santo foi derramado sobre a terra pela libertação de todos os filhos de Deus: homens e mulheres crentes ou não, piedosos ou não, mas todos os que estão sobre a face da terra.

            Deus em sua sabedoria e amor incalculáveis, sabia que uma vez que o ser humano conhecesse a Verdade, aquela que liberta, não saberia ou não suportaria viver sem ela. Mais uma vez como o pastor que prepara o aprisco para suas ovelhas, cuidou para não nos sentirmos abandonados após a partida de Jesus, porque o amor não abandona, não se afasta, mas busca meios de se fazer presente: E tomou um pão, deu graças, partiu e distribuiu-o a eles, dizendo: Isto é o Meu Corpo que é dado por vós. Fazei isto em Minha memória. E, depois de comer, fez o mesmo com o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em Meu Sangue, que é derramado em favor de vós". (Lc 22,19-20). A Eucaristia é o meio encontrado pela Santíssima Trindade para, mais uma vez, declarar seu amor pela humanidade. Jesus, fisicamente, não estaria mais conosco. A partir de então Sua presença seria como o Pão descido do céu; alimento espiritual; sustento na luta contra todo intento cujo objetivo é por em risco a vida eterna ao lado de Deus; elo que une todos os fieis ao redor de um único Altar porque Ele é Deus, com o Pai e o Espírito Santo.

No próximo dia 23/06 comemoraremos o dia de Corpus Christi, nome latino que significa “Corpo de Cristo”. Nesta celebração solene o foco está nos mistérios que envolvem a Eucaristia à luz da ressurreição de Jesus, " Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue tem a vida eterna e EU o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha Carne é verdadeira comida e o Meu Sangue, verdadeira bebida. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em MIM e EU nele. O que come deste pão viverá eternamente". (Jo 6,55-59).

A origem da festa data do séc. XIII, na Bélgica, a partir de visões que a freira Juliana de Mont Cornillon tivera com Jesus. Nas visões, Jesus manifestava-lhe o desejo de que o Santo Sacramento fosse homenageado de forma especial. Neste contexto, em 1264, quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrava uma Missa em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: gotas de sangue começaram a cair da hóstia consagrada. Teria o padre duvidado da presença de Jesus na Eucaristia? O fato é que apesar das palavras de Jesus ao instituí-la, ainda há muitas pessoas que duvidam da mística que envolve a Eucaristia. Mas, se cremos que Jesus realizou curas, libertações e ressuscitou mortos, por que não acreditar que Ele pode se fazer presente no pão e no vinho consagrados? É uma questão de fé! O mesmo Jesus que dizia “a tua fé te salvou” (por exemplo Lc.18. 35-43), disse as palavras que nos deixaram a Eucaristia como herança.

Ao tomar conhecimento do milagre, o Papá Urbano IV (1262-1264), ordenou que as relíquias eucarísticas fossem levadas de Bolsena a Orvieto, o que aconteceu em procissão. Quando o Papá se deparou com as relíquias, pronunciou as palavras: “Corpus Christi”, dando origem ao nome da celebração em honra ao Santíssimo Sacramento. Oficializada pelo mesmo Papá em 11 de agosto de 1264, por meio da bula "Transiturus de mundo", a qual prescreveu que após a oitava de Pentecostes, fosse realizada a festa em honra do Corpo do Senhor, na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.

A quinta-feira de Corpus Christi deve ser celebrada por todos os católicos com grande fervor, pois devemos lembrar que a última quinta-feira em que saímos às ruas foi durante a Semana Santa, período em que revivíamos os momentos da entrega de Jesus durante a Paixão. Entregou-se ao traidor e ao extermínio; precisava passar por aquela noite; vencê-la seria vencer as trevas do mal e Jesus o fez... De fato, entregou seu corpo e seu sangue, passou pela morte como a semente que precisa morrer para germinar, Jesus ressuscitou e tornou-se Pão da Vida, o maná de nossas almas, alimento que nos liga a Deus e que jamais cessará. Assim, Jesus cumpriu a Eucaristia.   

Na procissão da Quinta-Feira Santa acompanhávamos Jesus na sua solidão. Agora a procissão é outra. É de plena alegria porque Jesus vivo está e caminha a nossa frente nos antecedendo junto ao Pai. Quando ressuscitou, Jesus iniciou uma nova fase; voltaria para Deus: "Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai..." (Jo 20, 17) e nos deixaria a missão de levá-lo a todos: "Ide... fazei discípulos de todos os povos" (Mt 28, 19), mas sempre nos precedendo, bem a nossa frente está Ele nos encorajando e mostrando o caminho da comunhão com Deus, caminho eucarístico, pois a eucaristia é um mistério de intimidade com o Senhor. Mas, essa intimidade só se realiza se formos pelo caminho do mundo sem, contudo, fazer parte dele, mas levando a Boa Nova de Cristo a todos os povos, caminhando com Ele.

Na festa de Corpus Christi caminhamos pelas ruas da cidade levando Jesus Eucarístico, desejando que as pessoas, as famílias, as ruas, nossas casas pertençam a Ele. Que toque nos corações dos jovens, na vida dos casais para que vivam o matrimônio com a firme certeza de que o amor entre ambos é Jesus e que seus filhos são frutos de uma bênção conferida pela presença de Deus, gerador da vida. 

Precisamos nos deixar inebriar da presença Eucarística de Jesus e permitir que Ele se faça um em nós. Mas isso requer a vontade de seguir Cristo, de seguir Aquele que está diante de nós e diz "Tomai e comei". E, a exemplo de Maria, tornar-se “tenda viva do verbo”. Peçamos isso a Maria, nossa Mãe, que nos ensine a entrar em comunhão com Jesus, pois ela se deixou penetrar no corpo e no espírito pela presença santificando de Cristo.

Em especial em nossa Cidade de Belém do Pará, no estádio do “Mangueirão”, dia 23/06/2011, ofereçamos a Jesus o olhar de todos os necessitados: o clamor dos pobres desvalidos, o sofrimento dos doentes e dos abandonados, a solidão dos jovens e dos idosos, os medos das crianças, nossos anseios, receios e tentações que por vezes nos iludem fazendo-nos abrir mão da Santa Eucaristia. Na festa de Corpus Christi peçamos a Cristo, em pessoa, que abençoe todo o mundo! 

Por Dora Cunha


"EUCARISITIA
 Milagre que os milagres ultrapassa,

Tu és o Pão na Virgem semeado,
Alimento de vida eterna, o corpo entregue ao sacrifício, construindo a libertação."

            O mundo não compreende a realidade de Cristo, os filhos das trevas acreditam mais em Jesus Eucarístico do que os filhos da luz. Me recordo de uma pregação, se não me engano na Canção Nova, em que relatavam que seitas satânicas orientam seus seguidores a roubarem hóstias consagradas nas igrejas para poderem cuspir, furá-las com punhais e outras coisas que me entristecem e que prefiro não partilhar com vocês.
Dói meu coração ao ver que somos desafiados a abandonar a família de Deus quando deixamos de crer que verdadeiramente CRISTO está VIVO NA EUCARISTIA. Quando vamos nos convencer de que o príncipe das trevas luta sem descanso para que nós, filhos da LUZ, deixemos de ADORAR AQUELE QUE É, QUE FOI E SEMPRE SERÁ O SENHOR????
Quando recebemos JESUS VIVO NA EUCARISTIA, estamos dizendo uns aos outros e ao mundo que nós pertencemos à família de Deus, e nesta família não entra a morte pelo pecado porque o sangue de Jesus Cristo está derramado nas portas de entrada de nossas vidas e a morte não pode entrar. Portanto, vamos louvar a Deus pelo grande milagre da COMUNHÃO, por ter-nos feito filhos Seu, filhos do Reino, família de Deus. Louvemos a Deus pelo “Pão que desceu do céu”!
Concluo COM AS PALVARAS DE SÃO JOÃO DA CRUZ: "Meus são os Céus e minha é a Terra, meus são os homens, e os justos são meus; e meus os pecadores. Os Anjos são meus, e a Mãe de Deus, todas as coisas são minhas. O próprio Deus é meu e para mim, pois Cristo é meu e tudo para mim." (Sobre a Eucaristia).

Por Mara Rúbia

domingo, 15 de maio de 2011

RESSUSCITEI E ESTOU COM VOCÊ...

Todo o tempo pascal é marcado pelo mistério da "passagem" de Nosso Senhor pela morte. Este triunfo, extremamente profundo, jamais pode passar sem que reconheçamos que Deus nos ama e nos convida a fazer da nossa vida uma contínua páscoa, seguindo fielmente os passos de seu filho muito amado, testemunhando-o corajosamente no mundo de hoje.
Que a luz do Cristo Ressuscitado nos ilumine para que possamos ser LUZ para o mundo!

“Ressuscitei e estou com você...
‘porque meu 
amor é para sempre’ (cf. Sl 136).
Estas não são simples palavras...
são gestos concretos da 
Páscoa de Jesus.
Tudo lhe aconteceu nesta terra:
perseguições, sofrimentos, morte.
Mas nele venceu a 
fidelidade, o amor, a vida.
Sim, a Vida teve a última palavra.
Com sua ressurreição, Jesus nos fez
renascer como ‘povo da Páscoa’.
Povo que assume a causa pela qual ele
veio a este mundo: ‘Que todos tenham vida...’:
àqueles que buscam paz, dignidade humana,
liberdade, saúde, solidariedade, amor.
É Páscoa: tempo de esperança e ação.
Tempo para começar uma vida nova,
na certeza de que, nas mãos de Deus,
até a morte pode transformar-se em vida.
Depois da ressurreição, a cruz tornou-se
testemunho de amor, sinal de esperança.
É o poder de Deus que se manifesta
na humildade e no serviço dos que crêem.
Que a luz do Ressuscitado ilumine seu caminho
e lhe dê forças para prosseguir.
Com certeza, todas as noites escuras
acabam tendo sua aurora.
Que a Páscoa aconteça em sua vida!
Creia e alegre-se: ela já está acontecendo.”
(Autor desconhecido)
Por Dora Cunha

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O CANTO DE DEUS ECOA EM NÓS (Por Ângela Silva)

“Quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística — de poeta, escritor, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator... —, adverte ao mesmo tempo a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de o desenvolver para colocá-lo ao serviço do próximo e de toda a humanidade” (Beato João Paulo II, Carta aos Artistas).
Amado(a) irmão(ã), vamos tratar aqui da preciosidade que é compor uma canção e utilizá-la na igreja em favor da evangelização e, de início, podemos refletir sobre a fonte das músicas que temos na nossa igreja.
Todas as canções que ouvimos na igreja foram feitas por alguém. Alguém que teve um impulso do Espírito Santo que soprou uma inspiração seja para letra e/ou melodia. E essas pessoas disseram sim e foram construindo a canção. Certamente mostraram a um amigo ou conhecido que deu muito valor e então a canção foi se espalhando como vento sobre a terra. Semeando corações. Acalmando almas. Direcionando os amados de Deus para Ele.
Uma vez me perguntei: seria eu capaz também de fazer uma canção? Pedi a Deus. Fiz a primeira: uma melodia para uma oração que foi publicada no Jornal Voz de Nazaré há muitos anos e com ela fui fazendo minhas orações. Gostei da experiência e então Deus despertou em mim essa vocação artística para compor. Viu um terreno fértil e foi lançando sementes e os frutos foram aparecendo, e já posso dizer que estão em 100 por 1. Se eu consegui então você também pode! Se não tens o talento, ‘‘peça a Deus, com alegria Ele dá!’’ – como diz o Dunga numa de suas centenas de músicas.
“Nesta perspectiva, faço-vos um apelo a vós (...) de modo especial a vós, artistas cristãos: a cada um queria recordar que a aliança que sempre vigorou entre Evangelho e arte, independentemente das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela intuição criativa, no mistério de Deus encarnado e contemporaneamente no mistério do homem” (Beato João Paulo II, idem).
A música católica hoje em dia tomou uma dimensão enorme. Temos gravadoras católicas que a cada dia lançam novos artistas (ministérios, bandas e cantores solos). São pessoas que toparam o desafio de colocar para o mundo aquilo que ecoa dentro de duas almas. Além desses que estão na mídia, existem milhões escondidos que fazem, na maioria das vezes, as canções mais simples e belas e que caem de vez na boca do povo e nunca se sabe quem fez. Nisso, recordemos então da Palavra que diz: ‘‘O vento sopra aonde quer, você ouve o ruído, mas não sabe de onde vem, nem pra onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito’’.
Não tens o dom? Tens certeza disso? Fazes uma experiência. Pedes que o Espírito Santo te faça renascer e acredite que Ele fará por você coisas tão extraordinárias que nem imaginas que podes.
Não desista só em pensar nas tuas limitações. Não queira saber como é ou qual é a receita para fazer uma música. Não tem receita. Quem tem Deus habitando e cantando dentro de si, já tem tudo o que precisa. É só colocar para fora. Acredite em você, meu irmão, minha irmã. Quero um dia ouvir seu testemunho dizendo como foi essa experiência. Se você fizer uma canção e quiser partilhar com alguém, pode me procurar e vamos juntos conhecer essa bela obra de Deus! Já dou glórias a Ele pelas maravilhosas canções que Ele fará através de você!
Termino aqui com o refrão de uma canção que fiz, chamada Profecia, que tem o objetivo de não fazer você desistir jamais:
‘‘Existe um mundo que vai acolher a sua voz. Existe uma terra que vai acolher sua semente. Existe um homem de coração duro que ao te ouvir vai se abrir a ação do Senhor. / Existe um jovem que vai desistir de se matar. Existe um menino que vai aprender sua canção. Existe no peito um coração vivo que pulsa ao sentir fortemente a ação do Senhor’’.
Um grande abraço,
E o Deus da paz esteja com todos vós. Amém. (Rom 15, 33).

Ângela Silva


angelpublicitaria@hotmail.com


segunda-feira, 9 de maio de 2011

MUITO OBRIGADO, E SEJAM SEMPRE BEM VINDOS!

Hoje, 09 de maio, completamos nosso primeiro mês de CANTO CATÓLICO ICOARACI e agradecemos a todos que nos visitaram nesses dias. Agradecemos também aos membros do grupo e padres que tem contribuido conosco, com suas reflexões acerca das várias temáticas abordadas.
 A todos, de coração, o nosso MUITO OBRIGADO, E SEJAM SEMPRE BEM VINDOS!

domingo, 8 de maio de 2011

III DOMINGO DA PÁSCOA (Por Pe Agostinho)

Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças
III DOMINGO DA PÁSCOA
Dia das mães
Emaús, um caminho de fé; uma caminha para a descoberta de um grande tesouro, a Eucaristia.
Neste caminho de Emáus, vamos aos poucos descobrindo a pedagogia amorosa de Deus. Ele, através da morte e ressurreição de Seu Filho, vai descortinando o coração do homem para que vejam e creiam que tudo está acontecendo conforme a sua vontade. A Sagrada Escritura atesta que a tragédia acontecida com Cristo fora predita pelos profetas. Sempre a Bíblia, ao lado dos sacramentos, vai revelar-nos o projeto de Deus a nosso respeito.
Neste itinerário de fé, que é o caminho de Emaús rumo à Jerusalém, os discípulos, verdadeiros amigos de Jesus, vão poder fazer a passagem progressiva do desencanto a respeito do Messias para uma fé de reconhecimento de sua presença real no meio deles, como salvador. Sim, o ressuscitado é o mesmo que fora crucificado, e está presente no meio dos discípulos (onde dois ou mais estiverem reunidos, eu estarei no meio deles). Jesus jamais abandonaria àqueles que escolheu para si.

Tristeza e decepção marcam o coração dos discípulos diante da única certeza que tinham, de que Jesus está morto, Aquele que iria libertar Israel fracassou bem diante de seus olhos, eles viram o seu fim, já faz três dias, e o que lhes resta senão amargar essa frustração? Somando-se a isso, bate-lhes o remoço, pois haviam abandonado o Senhor na hora da sua Paixão. Eles que haviam experimentado seu amor, não foram capazes de acompanhá-lo e ficarem com Ele. Então, diante dessa situação, a consciência e o coração são tomados de remoço, de desolação. O amigo partiu, e agora encontram-se sós, errantes, andarilhos sem rumo, sem saber o que lhes aguarda em Jerusalém. Quando não se compreende a Palavra de Deus, fica-se numa situação desconfortante, sem rumo e sem base verdadeiramente sólida para a vida.

É verdade que a morte destruiu o sonho desses discípulos.

Somente o Ressuscitado poderia fazer algo diferente no coração incrédulo dos discípulos. Somente ele poderia curar essa falta de fé, muitas vezes ingênua e infantil. Nós também sofremos desse mal. Infantilizamos nossa fé quando queremos que Jesus seja de acordo com nossa vontade.

A morte de Jesus havia cavado no coração dos discípulos um grande abismo feito de solidão, tristeza e desesperança. O vazio de suas almas precisava ser preenchido. Assim, como eles estavam tristes, alguns discípulos, na manhã de Páscoa abandonaram a comunidade, abriram mão de seus sonhos, de suas esperanças preferindo viver e voltar tristes para as suas casas. E nós, vamos viver como se Cristo não tivesse ressuscitado, como se quando lemos e ouvimos sua Palavra nosso coração não fosse mais capaz de ser inflamado por Ele? Amados irmãos e irmãs, não arde o nosso coração neste momento? Nossa fé não tem desejo de se dilatar cada vez mais para compreender o grande amor que Deus tem por nós?

A tristeza venda os olhos, obstrui a fé impedindo-a de que cresça dentro de nós. Muitas vezes nós nos sentimos sozinhos, fechados, abandonados por Deus, sem sentir sua presença, sem sentir nada. Parece que nossa esperança desapareceu. Nesses momentos, ele caminha conosco, ao nosso lado; nesses momentos Ele está mais próximo de nós, interessado em nós, acompanhando-nos em nossos sofrimentos. Ele está conosco, Ele que foi morto e ressuscitado.

Eles desabafam com Jesus. Mostra o seu erro: o erro de esperança. Esperavam o que Jesus nunca lhes havia prometido: a ressurreição da monarquia de Jerusalém. Jesus anunciou o Reino de Deus, para todos os homens, e eles queriam o Reino de Israel. Pergunto: O que esperamos do Senhor? De que maneira estamos colocando a nossa esperança nele?

Os discípulos falaram com o Senhor! Foram sinceros, sem máscaras, apresentaram suas esperanças, seus sonhos que se perdiam. Falaram com o Senhor, mesmo sem o reconhecer. Jesus escuta em silêncio, com atenção, com extrema caridade. Devemos aprender a falar com o Senhor, sobre nossa vida, nossas esperanças, nossos sonhos, nosso dia a dia. “Qual o tema da tua oração? O tema da tua vida” (São Josemaria Escrivá). Parece que Ele não nos responde, às vezes, mas é quando Ele faz silêncio para nos escutar. Ele sempre nos escuta. Nenhuma oração nossa é perdida.

Não há como ser cristão, não há como estar nesse caminho de Cristo sem escutar o Senhor nos falando nas Escrituras. Ele nos fala sempre, devemos ter sede para escutá-lo, devemos dedicar um tempo fixo, todos os dias para meditar sua Palavra. Ele nos fala sempre.

Eles reconhecem o Senhor ao partir o pão. “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”: sem Cristo, que explica as Escrituras, voltam às trevas, volta a decepção, a tristeza. Pedimos tantas coisas a Deus, nos falta aprender a pedir o Deus de todas as coisas. “Os não-cristãos podem perguntar-nos: o que Cristo trouxe de bom para o mundo? Continua havendo guerras, mortes, fomes, injustiças, crueldade? O que Cristo o seu Messias trouxe ao mundo? Nós cristãos respondemos: Cristo nos trouxe a Deus, o verdadeiro Deus, e isso nos basta” (Bento XVI, Jesus de Nazaré).

Se pedimos, Ele fica conosco. Ele alimentou o verdadeiro desejo nos seus discípulos, deu-lhes a verdadeira esperança. E por isso, Jesus fica conosco. Como que Cristo fica conosco?

Na intimidade, à mesa, entre amigos, os discípulos o reconhecem. “Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e os entregou”. Isso o Senhor faz para seus discípulos sempre: em cada Missa Ele fica conosco. Eles abriram os olhos e o reconheceram, e Cristo desaparece. Na verdade Ele não foi embora, mas está presente no Pão da Vida. Ele fica como alimento para sua Igreja. A Caminhada de Emaús é uma preparação para o mistério eucarístico. Jesus lhes guiou até esse momento: quis mostrar que está vivo, entre os seus, como seu alimento. Ele é o alimento para quem está no Reino de Deus. Ele fortalece nossa esperança. Na Missa, Jesus nos explica as Escrituras, parte o pão para nós e aquece nosso coração. Ele nos dá a força para o caminho na Eucaristia.

Os discípulos retornam à Igreja. Retornam cheios de disposição, de alegria, abertos ao próximo, à comunidade. A Eucaristia nos leva aos irmãos, faz crescer a comunhão na Igreja. A Eucaristia nos une, faz-nos uma família, alegra-nos o coração.
A Caminhada de Emaús é a caminhada cristã. Podemos partir cansados, desanimados. E Jesus se faz nosso companheiro de caminhada. Escuta nossas palavras, com atenção, com carinho e caridade. Depois Ele nos fala com sua sabedoria, com sua firmeza, com seu amor total. Depois Ele fica conosco, como nosso alimento, e nos dá a força necessária para seguirmos adiante, até a meta eterna. Ele vem a nós e nos busca. Ele quer nossa pessoa toda e quer que nós o amemos, o busquemos. Ele fica por nós na Eucaristia. Em cada Missa Ele nos explica sua vontade, abrasa nosso coração com o fogo do seu amor, com o fogo do Espírito. Caminhemos sempre com Cristo, sempre na Igreja, sempre no seu amor".

Podemos dizer a Jesus, como cumprimento do salmo desta liturgia: Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites. Estamos junto de Jesus e experimentamos sua felicidade na Eucaristia.


Por Pe Agostinho Cruz

MARIA: OBEDIÊNCIA E DOCILIDADE QUE NOS CONDUZ À VIDA

Neste terceiro domingo de páscoa e segundo do mês de maio, celebraremos, além dos mistérios da glória de Nosso Senhor, o dia das mães. Aquelas mulheres com quem Deus, o criador por excelência, partilhou o dom da criação.   

            Nessa perspectiva, não podemos deixar de pensar naquela que é a mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria a quem amamos e reverenciamos. Nossa mãe de muitos nomes: Aparecida, das Graças, de Fátima, Rainha da Paz, Mãe das Dores... Maria, menina ainda, quando disse SIM ao anjo, não pensou nas dores que teria de suportar, nem no que diriam a seu respeito. Mas, numa atitude madura e responsável disse SIM à sua vocação: “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (IS. 7.14). Ora, Maria fora escolhida entre as jovens de Israel não só por ser uma virgem, mas porque era uma serva fiel aos ensinamentos de Deus, uma jovem santa de Deus. Quando o anjo a encontrara no silêncio de sua casa, reflexo de seu coração, ela se assustou, pois, na sua humildade, nunca poderia pensar em ser escolhida pelo Altíssimo. Acolhe assim, por vontade divina, a palavra do mensageiro, silenciosamente, sem dizer, nem sequer ao noivo José, o que nela se realizava. Deus tem o direito de escolher e por isso Ela diz apenas o generoso “sim” que a tornou Mãe de Deus.

            Celebrar as mães é celebrar a vida, é celebrar sua presença amorosa no lar, presença que acolhe, cuida, educa e ajuda a crescer, afinal, não basta gerar, tem que educar. E Maria nos educa e ensina a obediência e confiança em Deus desde o momento da anunciação, ao responder ao anjo: “Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra” (Lc 1:38); ou ainda, quando em Caná ordena: "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo.2,5), nos mostra, como mãe cuidadosa, a quem devemos seguir e buscar orientação. Mas, tudo isso, Maria nos ensina com exemplos de humildade. 

             O SIM de Maria foi revelador do projeto salvífico de Deus para a humanidade. Pois, “assim como Eva foi seduzida pela conversa de um anjo e afastou-se de Deus, desobedecendo à sua palavra, Maria recebeu a boa-nova pela anunciação de outro anjo e mereceu trazer Deus em seu seio, obedecendo à sua palavra. Uma deixou-se seduzir de modo a desobedecer a Deus, a outra se deixou persuadir a obedecer-lhe. Deste modo, a Virgem Maria tornou-se advogada da virgem Eva” (Comunidade Shalom). Dessa forma, a desobediência cometida no paraíso foi desfeita pelo SIM da Virgem Maria.
           
            Se Eva nos negou a maternidade segundo Deus havia pensado, Maria vem nos restituir esta graça e vemos isso quando entoamos a Proclamação da Páscoa: “A cera virgem da abelha generosa/ ao Cristo ressurgindo trouxe a luz/Eis de novo a coluna luminosa/ que o vosso povo pra o céu conduz”. É Maria a cera virgem que Deus escolheu para trazer ao mundo a Luz que é o Cristo, aquele que veio para abrir as portas do céu, outrora fechado pela desobediência de nossos primeiros pais. Nisto, vemos também o amor de Deus ao cantarmos na mesma Proclamação: “ó pecado de Adão, indispensável, pois o Cristo o dissolve em seu amor, ó culpa tão feliz que há merecido/ a graça de um tão grande Redentor”. O pecado de Adão tornou-se indispensável para que Deus, que é amor, pudesse revelar mais uma vez, seu amor pela Criação. E os mistérios da redenção começaram pelo SIM de Maria.

Maria é agora a nova Arca da Aliança (dentro da Arca era depositada a LEI), que vai trazer dentro de si a Lei definitiva de Deus, seu próprio Filho, Jesus. Por isso, reconhecemos que foi Ela quem primeiro comungou, primeiro recebeu Jesus no coração; a que primeiro anunciou. Ela é capela do santíssimo, sacrário do amor, cujo corpo é um templo escondido e o coração é um altar. Aquela que foi “escolhida para as alegrias do Espírito, considerada digna de entrar no santuário onde refulge toda a glória digna de ultrapassar o véu que nos revela o Santo dos santos”. E a quem eu diria: Maria, diante de ti, oh, eu baixaria os olhos!...Ouvirei muito em breve esta doce harmonia / muito em breve, no céu, ó Maria, irei ver-te! / Tu que vieste sorrir-me na manhã da vida / Vem sorrir-me de novo, ó mãezinha, chegou a tarde! / Não mais receio o brilho de tua excelsa glória / Contigo é que sofri... e só desejo agora cantar sobre teus joelhos / Virgem, porque te amo, é dizer para sempre que sou tua filhinha!”(Ir. Kelly Patrícia)


“Maria é a Figura, o modelo da docilidade e da obediência. Aquilo que Eva fechou pela sua desobediência, Maria abriu pela sua humildade e pelo seu Sim. Ela ajuda a preparar o nosso coração como a manjedoura e fazê-lo morada digna de seu Filho Jesus. Vamos com Maria a caminho de Belém acolher o menino Deus que vem nos salvar.”
Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo
(Lib. 5,19,1:20,2;21,1:SCh 153,248-250,260-264) (Séc.II)




Por Dora Adriana Cunha